sábado, 11 de maio de 2013

Iniciando as postagens: uma singela pesquisa.

[Descartes Marques Gadelha]

Fortaleza - CE, 1943

Pintor, desenhista, escultor, gravador, músico

Os primeiros estudos de pintura de Gadelha, sem que ele mesmo soubesse, foram as caricaturas que fazia quando criança de seus colegas nas calçadas e paredes da vizinhança. Esse era o motivo das constantes brigas em que se envolvia. 

Provavelmente já se mostrava aí, em sua infância, a atitude provocativa do pintor de tendência expressionista que procura externar o impacto de sua percepção de mundo.

Em 1962, estuda desenho livre com o pintor Zenon Barreto (1918 - 2002) em Fortaleza (CE). 

Sua primeira participação em exposições foi em 1963 na coletiva chamada "A Paisagem Cearense", realizada pelo MAUC (Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará)

Sua obra retrata os problemas sociais do nordeste e a religiosidade de seu povo. Considerado um estudioso das imagens do Ceará, Descartes registra sempre o rosto tipico da população local.

Uma de suas exposições individuais, "Cicatrizes submersas", 1997, representa a verdadeira saga do líder social Antônio Conselheiropelos sertões nordestinos e sua resistência ao exército na Guerra de Canudos ao arrebanhar populares, entre eles índios, camponeses e ex-escravos, resultando no genocídio dessa população. Essa exposição foi totalmente doada ao MAUC pelo próprio artista e conta com mais de 100 pinturas a óleo, 80 esculturas, gravuras e cerâmica, corroborando com um valor histórico e educativo incomensurável.


Outras individuais do artista foram "De um alguém para outro alguém" (1990) e "Catadores de Jangurussú" (1986), outra vez produzindo com apelo social ao registrar em arte a realidade miserável dos catadores de lixo em uma das regiões mais sofridas do Brasil.

Veja mais sobre a exposição "Catadores do Jangurussú" no blog Incursão.


Ainda outra série do Descartes que, segundo o blog dSecretaria de Cultura Artística da Universidade Federal do Ceará (UFC), é: 

"Tropas de Pero Coelho", onde reproduz com riqueza a interação dos portugueses e dossilvícolas com as paisagens cearenses durante aInvasão Francesa que tomou o Maranhão chegando até a Serra da Ibiapaba , no Ceará". 



O mais difícil, Gadelha consegue: repassar a limpo toda a saga de um povo sofrido sem ser piegas ou melodramático, ou ainda, sem ser desesperançado. A beleza de sua obra é a esperança.


Texto por Álvaro Nassaralla

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